O "Processo Civilizacional" consiste numa análise de como os seres humanos evoluíram ao longo dos séculos no sentido do auto-controle e da auto-disciplina e da "endivização". Endivização é a necessidade do indivíduo ter uma espaço próprio e evitar o contacto com o outro. Na idade média as manifestações do corpo tinham patamares de tolerância que nós agora não concebemos. Hoje em dia, por exemplo, tendemos a sublimar a refeição, pelo contrário, na idade média, nada era reprimido à mesa, as manifestações corporais não eram contidas.
Idade Média
No princípio da idade média o poder era fragmentado, o rei era o senhor entre os senhores. Não havia um centro, uma lei única e a violência era exercida naturalmente. Era um regime social em que a violência era estimulada, e onde não havia direitos individuais.
Processo de curialização
Este é o processo que descreve o surgimento do fenómeno de corte em que o rei era rodeado por vassalos, uma pequena comunidade em seu redor. É nesta altura que nasce o fenómeno da moda e cria-se a arte de conviver. Começa então a haver uma crescente preocupação com a estilização da vida, com o maneirismo, que se traduz na moda, na maneira de comer e na maneira de se relacionar com o outro. Surgem os galanteios, os códigos de cavalheiresco, e começam assim a aparecer os manuais de boas maneiras. Entretanto o estado monopoliza a violência, legitimando só para si o uso da violência.
Processo Civilizacional – Norbert Elias
Segundo a Nobert Elias acontece na Idade Media a estilização da vida, o esvaziamento da prática quotidiana e de tudo o que signifique violência. Este processo de contenção da agressividade pelos indivíduos acontece ao mesmo tempo que se dá a monopolização legítima da violência do Estado através dos seus meios repressivos. Assim, o Estado leva a cabo grandiosas manifestações públicas de demonstração do seu controle, como por exemplo os enforcamentos. Os locais da forca estão perto das praças públicas, propositadamente para toda a gente ver. As paradas militares são outro dos exemplos de demonstração do poder por parte do Estado.
Este monopólio da violência por parte do Estado foi-se estendendo, mudando de forma e tende cada vez mais a ser uma violência auto-imposta, que foi invadindo todos os cenários da nossa existência. Os indivíduos passaram assim a controlar a violência e a agressividade este processo foi sendo interiorizado e incorporado. Os indivíduos foram ganhando auto-disciplina, fazer qualquer coisa passa a ser pautado por um constrangimento interior. O indivíduo é assim auto-disciplinado para não exercer violência. Assim o processo civilizacional levou a que o indivíduo auto-contive-se naturalmente os seus instintos, pulsões e agressividades.
Temas relacionados a desenvolver num próximo artigo:
- Com a auto-disciplina surgiu o "panóptico".
- A sociedade mantém válvulas de escape para a violência, como por exemplo o futebol.
Idade Média
No princípio da idade média o poder era fragmentado, o rei era o senhor entre os senhores. Não havia um centro, uma lei única e a violência era exercida naturalmente. Era um regime social em que a violência era estimulada, e onde não havia direitos individuais.
Processo de curialização
Este é o processo que descreve o surgimento do fenómeno de corte em que o rei era rodeado por vassalos, uma pequena comunidade em seu redor. É nesta altura que nasce o fenómeno da moda e cria-se a arte de conviver. Começa então a haver uma crescente preocupação com a estilização da vida, com o maneirismo, que se traduz na moda, na maneira de comer e na maneira de se relacionar com o outro. Surgem os galanteios, os códigos de cavalheiresco, e começam assim a aparecer os manuais de boas maneiras. Entretanto o estado monopoliza a violência, legitimando só para si o uso da violência.
Processo Civilizacional – Norbert Elias
Segundo a Nobert Elias acontece na Idade Media a estilização da vida, o esvaziamento da prática quotidiana e de tudo o que signifique violência. Este processo de contenção da agressividade pelos indivíduos acontece ao mesmo tempo que se dá a monopolização legítima da violência do Estado através dos seus meios repressivos. Assim, o Estado leva a cabo grandiosas manifestações públicas de demonstração do seu controle, como por exemplo os enforcamentos. Os locais da forca estão perto das praças públicas, propositadamente para toda a gente ver. As paradas militares são outro dos exemplos de demonstração do poder por parte do Estado.
Este monopólio da violência por parte do Estado foi-se estendendo, mudando de forma e tende cada vez mais a ser uma violência auto-imposta, que foi invadindo todos os cenários da nossa existência. Os indivíduos passaram assim a controlar a violência e a agressividade este processo foi sendo interiorizado e incorporado. Os indivíduos foram ganhando auto-disciplina, fazer qualquer coisa passa a ser pautado por um constrangimento interior. O indivíduo é assim auto-disciplinado para não exercer violência. Assim o processo civilizacional levou a que o indivíduo auto-contive-se naturalmente os seus instintos, pulsões e agressividades.
Temas relacionados a desenvolver num próximo artigo:
- Com a auto-disciplina surgiu o "panóptico".
- A sociedade mantém válvulas de escape para a violência, como por exemplo o futebol.
1 comentário:
Tenham atenção aos erros ortográficos: auto-contivesse
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