Teorias Interaccionistas do Crime

Lemert desenvolveu a teoria da Reacção Social, ou a teoria da Rotulagem. Esta teoria troca as relações de causa e efeito do modelo sobre o desvio e o controlo social, e vê o controlo social como uma das causas fundamentais da emergência e do desenvolvimento do desvio comportamental. O desvio não pode ser visto apenas a partir das características dos indivíduos mas sim a partir da existência de um processo social interactivo.
Lemert afirmava que as “diversas formas de desvio comportamental passam por duas fases distintas: o desvio primário e o desvio secundário”. O primeiro emerge de vários fenómenos sociais, culturais, físicos e psicológicos. É uma resposta de defesa, ataque e adaptação aos problemas criados pelo desvio e reacção social. Já o segundo é o espaço onde se constroem identidades individuais e colectivas, onde se formam as sub-culturas.

Para Becker, a raiz do desvio encontra-se na ordem social e no processo desencadeado pelo controlo social. Quando os indivíduos não se integram nessa ordem caminham para comportamentos desviantes.
Segundo Becker, a raiz do desvio está na própria ordem social e nos processos de controlo social como a polícia e os tribunais. Estes, seguindo um estereótipo, condenam mais rapidamente um estrangeiro a crimes relacionados com droga, por exemplo, do que um português.
Lemert explicou que quando se estigmatiza os indivíduos está a fazer-se uma operação de rotulagem. E no caso específico dos emigrantes, estes formam sub-culturas específicas que vão funcionar como modalidade de resposta a essa operação de rotulagem. Os emigrantes sofrem de estereótipos e são mais condenados por isso. Para tentar minimizar o poder dos “powerful reactors”, eles criam, então, as sub-culturas.

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